terça-feira, 21 de setembro de 2010

Azul

No fundo do poço nasce uma rosa
Será que ela cresce?
Será que ela é rosa?

Uma musiquinha que fiz pro meu neném lindo...

Quer descer comigo à lua?
Vamos num arco-íris de sol
Vamos debulhar o asfalto
Faremos contra sentido “Know-how”

A qualquer hora eu piro
Como um pirulito no céu
Sou só se com você
Sei só da certeza de dois em um

Já que nos roubaram começo, meio e fim...
Vou ao infinito com você

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Tem de tudo!


Inspiração

Para fazer poesia é preciso inspiração,
Inspira a ação... e, cadê a poesia?
Relógio, compras, lojas, bundinhas balançam,
Correria, trabalho, ofensas,
Igrejas, oferendas

Café, acorda, trabalha,
Não pára,
Fuma, revê, desespera
Cadê, cadê?

Relógio, não pára,
Lojas, compras, atenção, venda,
Não pára,

Correria, cadê?
Café, acorda, trabalha,
Para poesiar é preciso inspirar a ação,
Cadê a poesia? 

Quem será?


Beleza

Inconfundível é a tez vibrante
Rodeada da aurora luminosa
que ofusca qualquer tentativa de outra beleza

É irremediável.
Aos mais simples e puros gestos
desmoronas as estruturas mais sólidas
e arrogantes da natureza

Irretocável são seus traços
Qualquer tentativa de fazê-lo
acarretar-se-á em fracasso.

Foras moldada no ventre da
Natureza.
Nada de mão ou assopro:
humano demais...
foras concebida à ausência de luz
onde só os deuses podem ver.

Segredinho.


Encontro a beleza em diversas maneiras de ser
Apreciar às vezes nem é possível
Irremediável inflexibilidade, compromisso.
Volta a ser certo, sabe?
Deixa. Só deixa.
Ou traz, se quiser, mas não seja descoberta.

Vai entender...

Não viva!

Fervente.
Valente.
Irreverente.
Conferente.

Corrente.
Cadente.
Solvente.
Que é           quente
Não diz.

Agora
A vida
A fora
De outrora me leva a soltar.

Voltar...
Sem quem
Que diz
Que é bom
Sem valer.

Doente de mente
De corpo e de voz
A vida filtrou-me do sangue do algoz

Volto
Solto
Pego, não nego
me enrosco
Pra valer

Doente de corpo
De mente foge de tudo que
é  vida, sem viver.

As coisas da infância

Será?

De quantas foram as horas
do dia vindouro, de quantas serão?
Mesmo que o conceito não se aplique.

Marcantes estiveram as ranhuras da velhice
O passado, tanto quanto o presente, mancha de
saudade a hora por vir

da rua, da escada, da praça de terra,
da bola – de borracha –
da semente de feijão,
da rosa... ah, Rosa...

olha, não seria uma lágrima,
nem de brincadeira,
homem não chora...
desmancha-se.

Do futuro a saudade dos planos perfeitos
Das cidades construídas à mente
Das mentiras, mesmo de mentirinhas sérias.

O futuro nunca será!

Quem será?


Segredos

Um sorriso talvez,
Um gesto, quem sabe
Tímida, não fostes.

Lançaste o sorriso à destreza
do piscar de olhos.
Não arremetestes.

Para a sorte do poeta, desbravaste
o segredo do solo estéril pulsante
Quão saudável o salvamento ao nobre
sorriso

Percebeu-se logo: é infinito.
Galopou o tempo como montado nas luzes
e, como se deslizasse no vácuo perfeito, não houve
trêmulo

Sorriso terreno, desconcertante, envolvente...
Irremediável beleza... mudou a trajetória,
tirou de órbita e arremeteu ao abismo singelo do amor.

Pode ser verdade!

SEM MENTIRAS
Uma pessoa responsável por uma de nossas crianças chegou à escola como de costume. Dirigi-me a ela e me queixei do comportamento do seu tutelado. Imediatamente, a conversa que era materna, risonha e tranqüila se alterou. O que ouvi foram berros:
– Como que é Jorge Botelho? O que foi que você fez?
À primeira tentativa do menino dialogar com a antiga quase mãe, agora apenas a veia louca, viu-se um tapa estalante sobre a face. Vi-me imóvel. Perplexo com a rapidez da resposta mecânica, sem nenhuma intelectual. E..., sem querer, disse:

 – “Compreendo”.

Isso me pesou à consciência.

Registro poético de uma saída...

Da casa um monte...



Da casa um monte, não monte... um monte de gente um monte
Da vida que monte pouquinho de gente que é bom
Surge do nada, cancela a ida pra casa,
certeza do fim de uma estada no monte de gente que é bom

Que coisa, que gente, sem nome, do nada
que surge infesta a vida de festa de gente que é bom
No frio as gentes consomem o quente que surge na mente e na voz
na voz... na voz... no vinho... na voz ... no violão

A rua famosa de risos, comida, bebidas, prazeres e cantos
Conversas diversas a vida em festa infesta a festa faz festival
pra ver quem ganha nos "Ctrls" do sapo mais carnaval

Carnaval... na cama a fama inflama o ego geral
O calor que levanta as falas são tantas, empresária, seguranças, tietes e tal
E tal... e tal... eu volto pra festa com vinho, amizade, alegria total...
Sem fim...